quarta-feira, 22 de maio de 2024

Eu me questionei

Qual é o preço que devemos pagar pela felicidade?

É justo considerar que tudo o que passamos nos prepara para tudo o que ainda passaremos?

Tristezas, alegrias, todos os momentos importantes e os que nem sabíamos que eram importantes na época...?

É justo sentir que a música que um dia ouvimos ao lado de alguém na verdade serve muito mais para ser sentida com outra pessoa?

Que os sentimentos compartilhados com alguém não fazem tanto sentido como imaginávamos, e que esses mesmos sentimentos são infinitamente maiores por outra pessoa?

Ou será apenas egoísmo e falta de consideração com o que foi vivido?

Como saber se tudo foi um grande preparo para algo maior, ou se é apenas fruto da nossa mente e tudo o que sentimos não passa de uma desculpa esfarrapada para cobrir nossas falhas e ingratidão?

É nosso o direito de seguir em frente? Ou isso seria egoísmo e devemos estagnar e deixar a avalanche nos cobrir, para só então, depois de todo o estrago, cavarmos o buraco de saída?

Podemos colocar a nossa felicidade acima da do outro, mesmo sabendo que causaremos dor nesse processo? Ou devemos nos sentirmos infelizes eternamente, enquanto o outro se satisfaz com o que restou do nosso amor-próprio?

É justo nos martirizarmos por ansiarmos pela nossa própria felicidade?

É justo com nós mesmos nos fazer todos esses questionamentos?


segunda-feira, 20 de maio de 2024

A saudade é amiga da dor

A saudade é um suvenir. Aquela coisa boba que a gente quer, mesmo sabendo que pra ter vai pagar um preço muito maior do que vale. E o preço é a dor.

E é engraçado como algumas atitudes podem machucar e as pessoas sequer notam isso. 

Às vezes estamos tão cegos com a nossa própria dor que não somos capazes de ver a do outro.

Pois é, dor... No fim das contas, tudo é dor. Mas só porque é dor não significa que você tem passe livre pra descontar a sua nos outros. 

E sim, fazemos isso sem nos dar conta. É só um emaranhado de sentimentos confusos que a gente não sabe onde começa ou termina. 

A gente sente a dor e acha que é o fim do mundo. E a gente sente que a nossa sempre dói mais. 

Ilusão isso, de achar que somos especiais. Que sofremos mais, que perdemos mais. No fim é tudo igual pra todo mundo, é só caos e destruição, e o que importa é a reconstrução, a determinação pra recomeçar, quantas vezes forem necessárias.

E não, eu não disse que é fácil, muito pelo contrário, é bem mais difícil do que parece, mas é tipo remédio amargo, difícil de engolir, deixa um gosto ruim na boca, mas resolve o problema. 

O que fode mesmo é o começar, o tal do pontapé inicial. Aquela coragem desenfreada, o primeiro passo. Porque o resto só vem, é consequência, é colheita obrigatória no fim da estação.

Ainda falando sobre a dor, talvez pareça crueldade da gente querer reviver, repassar por tudo o que feriu, mas é só saudade na verdade, vontade de voltar lá, ser outra vez. 

E nem sempre é pra mudar algo que já foi, às vezes é só pra sentir outra vez, o abraço, o cheiro, a voz. Pra tentar não esquecer de vez. 

Porque quase nunca é sobre a gente, mas sobre o que vivemos, quem perdemos, o que esquecemos.

O passado é uma lição, disse o chorão, e ele guarda o nosso melhor e o nosso pior. Quando a gente volta, a gente volta pelo melhor, o pior é só o preço a se pagar. E é isso que faz a gente chorar.

By: JRC