E é engraçado como algumas atitudes podem machucar e as pessoas sequer notam isso.
Às vezes estamos tão cegos com a nossa própria dor que não somos capazes de ver a do outro.
Pois é, dor... No fim das contas, tudo é dor. Mas só porque é dor não significa que você tem passe livre pra descontar a sua nos outros.
E sim, fazemos isso sem nos dar conta. É só um emaranhado de sentimentos confusos que a gente não sabe onde começa ou termina.
A gente sente a dor e acha que é o fim do mundo. E a gente sente que a nossa sempre dói mais.
Ilusão isso, de achar que somos especiais. Que sofremos mais, que perdemos mais. No fim é tudo igual pra todo mundo, é só caos e destruição, e o que importa é a reconstrução, a determinação pra recomeçar, quantas vezes forem necessárias.
E não, eu não disse que é fácil, muito pelo contrário, é bem mais difícil do que parece, mas é tipo remédio amargo, difícil de engolir, deixa um gosto ruim na boca, mas resolve o problema.
O que fode mesmo é o começar, o tal do pontapé inicial. Aquela coragem desenfreada, o primeiro passo. Porque o resto só vem, é consequência, é colheita obrigatória no fim da estação.
Ainda falando sobre a dor, talvez pareça crueldade da gente querer reviver, repassar por tudo o que feriu, mas é só saudade na verdade, vontade de voltar lá, ser outra vez.
E nem sempre é pra mudar algo que já foi, às vezes é só pra sentir outra vez, o abraço, o cheiro, a voz. Pra tentar não esquecer de vez.
Porque quase nunca é sobre a gente, mas sobre o que vivemos, quem perdemos, o que esquecemos.
O passado é uma lição, disse o chorão, e ele guarda o nosso melhor e o nosso pior. Quando a gente volta, a gente volta pelo melhor, o pior é só o preço a se pagar. E é isso que faz a gente chorar.
By: JRC
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