segunda-feira, 20 de maio de 2024

A saudade é amiga da dor

A saudade é um suvenir. Aquela coisa boba que a gente quer, mesmo sabendo que pra ter vai pagar um preço muito maior do que vale. E o preço é a dor.

E é engraçado como algumas atitudes podem machucar e as pessoas sequer notam isso. 

Às vezes estamos tão cegos com a nossa própria dor que não somos capazes de ver a do outro.

Pois é, dor... No fim das contas, tudo é dor. Mas só porque é dor não significa que você tem passe livre pra descontar a sua nos outros. 

E sim, fazemos isso sem nos dar conta. É só um emaranhado de sentimentos confusos que a gente não sabe onde começa ou termina. 

A gente sente a dor e acha que é o fim do mundo. E a gente sente que a nossa sempre dói mais. 

Ilusão isso, de achar que somos especiais. Que sofremos mais, que perdemos mais. No fim é tudo igual pra todo mundo, é só caos e destruição, e o que importa é a reconstrução, a determinação pra recomeçar, quantas vezes forem necessárias.

E não, eu não disse que é fácil, muito pelo contrário, é bem mais difícil do que parece, mas é tipo remédio amargo, difícil de engolir, deixa um gosto ruim na boca, mas resolve o problema. 

O que fode mesmo é o começar, o tal do pontapé inicial. Aquela coragem desenfreada, o primeiro passo. Porque o resto só vem, é consequência, é colheita obrigatória no fim da estação.

Ainda falando sobre a dor, talvez pareça crueldade da gente querer reviver, repassar por tudo o que feriu, mas é só saudade na verdade, vontade de voltar lá, ser outra vez. 

E nem sempre é pra mudar algo que já foi, às vezes é só pra sentir outra vez, o abraço, o cheiro, a voz. Pra tentar não esquecer de vez. 

Porque quase nunca é sobre a gente, mas sobre o que vivemos, quem perdemos, o que esquecemos.

O passado é uma lição, disse o chorão, e ele guarda o nosso melhor e o nosso pior. Quando a gente volta, a gente volta pelo melhor, o pior é só o preço a se pagar. E é isso que faz a gente chorar.

By: JRC 

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